Uma caminhada exploratória urbana
como experiência crítica e estética

#11 Encontro

30/11/24 - Sábado

Horário

10:00

Localização

Em uma casa de artes de São Paulo

A experiência

A prática do caminhar, do errar, pelas cidades envolve três aspectos que nos joga de frente com a possibilidade criativa da percepção de si e do mundo: o perder-se, os passos lentificados e a incorporação no espaço.

O perder-se nos coloca diante do encontro com o novo, com o diferente, com o outro. Ao caminhar sem um destino certo, nossos sentidos se aguçam buscando uma rota, nos oferece uma nova percepção do espaço e desta forma nos invoca a nos perceber novos diante do mundo.

A lentidão – o ritmo lento nos desperta a atenção. Percebemos melhor as coisas quando nos demoramos. Caminhar sem pressa, mudando o ritmo do cotidiano urbano, provoca a nossa percepção dos detalhes que nos rodeiam. Na pressa deixamos muito para trás. O passo lento, vagaroso oferece cuidado, resistência a aceleração contemporânea e a pressa que nos impossibilita a reflexão. 

Incorporar os espaços – A monotonia, a passividade e a anestesia são atualmente as experiências que nossos corpos vivenciam em relação as cidades. Incorporar os espaços, ou corporificar as cidades significa oferecer uma nova experiência corporal, uma dinâmica que criticaria o corpo “desencarnado” e “espetacular” da atualidade. Um convite para despertar um novo estado sensorial.

O caminhar é uma experiência crítica e estética, crítica pois nos faz questionar nossas errâncias e estética pois nos sensibiliza através dos nossos passos.

Fazer botânica no asfalto
- Walter Benjamin -
Delirium ambulatorium
- Hélio Oiticica -
Flanar é a distinção de perambular com inteligência
- João do Rio -
A experiência urbana da alteridade
- Paola Berenstein -
Caminhar é uma maneira de criar o mundo e também estar nele
- Rebecca Solnit -
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A Caminhada

A expectativa das descobertas

Neste primeiro momento nos encontraremos em um ponto da cidade, apresentaremos nossas expectativas sobre esta experiência e compartilharei algumas informações sobre como iremos iniciar a caminhada. Faremos isso separadamente. Sim, caminharemos só. A ideia é que possamos nos envolver com a cidade, nos relacionando com nossas impressões subjetivas (pensamentos, sentimentos, atitudes...). Carregaremos um pequeno caderno, um grafite ou caneta, nossos sentidos e nossa curiosidade para que nos acompanhem nessa jornada.

Registros Sensíveis

Aqui a caminhada começa. Estamos em nosso ponto de encontro e partiremos, cada um, construindo sua rota. No ato de caminhar nos deparamos com um universo de possibilidades. Percorremos retas, curvas, subimos, descemos, atravessamos... Neste percurso iremos registrar o caminho Uma escrita, uma fotografia, um desenho, um áudio... nossas impressões de como percebemos a cidade. Costumo brincar com os participantes: Não deixe nada passar, nada nem ninguém. A cidade é feita de coisas e de gente. Experimentaremos a rota indeterminada (perder-se), o ritmo diferente dos passos (lentidão e atenção) e outra maneira de estarmos no e com o mundo (in-corporar).

Retorno Reflexivo

Aqui nos reencontramos. Voltamos ao nosso ponto de encontro. Não seremos mais a mesma pessoa. Todo viajante se transforma quando se permite por o pé na estrada. Compartilharemos a nossa experiência, discutiremos sob um olhar estético e crítico a cidade e criaremos juntos uma cartografia subjetiva de nossos percursos.

Idealizadora

Melina Danza

Psicóloga arquetípica e Arteterapeuta especialista em criatividade (CRP-06/102780)

Melina é uma rueira que encontra beleza nas coisas simples e autênticas da cidade. Suas jornadas não são apenas passeios, mas experiências enriquecedoras que a conectam profundamente ao ambiente urbano e às pessoas que o habitam. Ela é uma observadora da vida cotidiana, uma curiosa do mundo e uma buscadora de inspiração em cada esquina.

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